Depressão. O mal do século?
"Nas próximas duas décadas a depressão deverá se tornar a doença mais comum no mundo, superando problemas de saúde como o câncer. É o que estima a Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta: cerca de 121 milhões de pessoas sofrem com o problema - dessas, 17 milhões estão no Brasil.
Pode ser resultado de um trauma ou uma disfunção cerebral: as causas variam. "Fatores biológicos, psicológicos e ambientais têm um importante peso nos quadros depressivos. Do ponto de vista psicológico, a depressão está relacionada a experiências de perdas significativas, como a morte de um ente querido, doença grave ou crônica, perda de emprego ou local de moradia, ou ainda algo puramente simbólico e importante para aquela pessoa que não possa ser alcançado ou tenha sido perdido", lista a psicóloga Marcela Mantovani Pazini, especialista em psicopatologia e saúde pública.
AJUDA SEMPRE NECESSÁRIA
Apesar de atingir um grande número de pessoas, os preconceitos em torno do problema ainda são muitos. Diferente de uma tristeza passageira, a depressão não consegue ser curada com medidas simples como um passeio com os amigos, como muita gente próxima do paciente recomenda. "Existem várias situações em que nos sentimos tristes. A tristeza é um sentimento profundo e intenso, porém, todos nós possuímos defesas contra esse sentimento, que costuma ser passageiro. Já na depressão, o sentimento de tristeza permanece por pelo menos duas ou três semanas e pode prejudicar diversos setores da vida do paciente", explica Marcella.
Quando o sentimento é persistente e tarefas rotineiras se transformam em grande dificuldade, é preciso buscar ajuda especializada. "O psicólogo ou psicanalista proporcionará uma escuta sobre as questões envolvidas na causa da depressão e, assim, será possível buscar um modo diferente de lidar com suas questões", afirma a psicóloga Márcia Fraga.
MAS O QUE É ESSA DOENÇA?
Segundo a Federação Mundial para Saúde Mental, a depressão é um transtorno cerebral que pode ter muitas formas diferentes. É possível ter apenas um episódio de depressão durante toda a vida, ter crises recorrentes e até ser cronicamente depressivo. Ela pode ou não ter uma causa aparente e afeta mais do que a forma com que o paciente enxerga as coisas - pode prejudicar também a saúde física, já que interfere no sono, na disposição e no apetite.
O problema é mais comum em mulheres e, apesar de ser recorrente em países ricos, a população mais afetada é aquela em condições econômicas desvantajosas. A genética também é fator de risco para a doença: quem tem pai, mãe ou irmão com o transtorno tem duas ou três vezes vezes mais chances de desenvolver depressão.
Ainda não é possível explicar por que uma pessoa fica com depressão, apenas citar os fatores de risco, que se combinam entre biológicos, genéticos e emocionais. O que é possível afirmar é que o transtorno necessita de cuidados médico." Texto: Marisa Sei
FONTE: Revista você saudável - Ano 3, nº29 - 2013.
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